top of page

TOXICIDADE AMBIENTAL

Cerca de 96% dos produtos que contêm triclosan, após utilização, é conduzida para as águas residuais que são posteriormente tratadas em estações de tratamento de águas residuais, podendo ir entre 1 a 10 mg/L [1].

Durante os processos de tratamento das águas residuais, o triclosan vai-se convertendo em derivados, nomeadamente em metiltriclosan e derivados clorados de triclosan. Para além destes processos, quando o triclosan e os seus derivados clorados são libertados pelas ETARs para as águas de superfície podem sofrer fotólise direta e converterem-se em novos derivados: 2,4-diclorofenol e policlorodibenzo-p-dioxinas (PCDDs), nomeadamente 1,2,8-triclorodibenzeno-p-dioxina, 1,2,3,8-tetraclorodibenzeno-p-dioxina, 2,3,7-triclorodibenzeno-p-dioxina e 2,8-diclorodibenzeno-p-dioxina. As PCDDs além de bioacumalarem muito no ambiente, são também potencialmente cancerígenas [1]. 

Metilação biológica

Cloração em ETARs

TRICLOSAN

denise2.png
METIL TRICLOSAN.png

Metiltriclosan

Policlorodibenzeno-p-dioxinas (PCDDs)

X.png
1,8 dcdd.png
1,2,3,8 TCDD.png

2,8-diclorodibezeno-p-dioxina

1,2,3,8 - tetraclorodibezeno-p-dioxina

1,2,8 TriCDD.png

Fotólise

2,3,7 triCDD.png

1,2,8-triclorodibezeno-p-dioxina

2,8-diclorodibezeno-p-dioxina

Referências

Imagem.png

Águas superficiais

Ingestão e/ou absorção cutânea

Águas residuais

Biossólidos e solo

Sedimento

Lamas

ETAR

Água potável

Agricultura e pecuária

Por vezes, os processos de tratamento das ETAR não são suficientes e o triclosan pode ser expelido para o solo e águas superficiais. Estes compostos formados derivados do triclosan persistem no ambiente durante mais tempo, devido à sua lipofilia (KO/A = 4,8) e à sua resistência à biodegradação, podendo ser encontrados em águas superficiais, sedimentos estuarinos e em biossólidos e solos em concentrações na ordem dos 800 ng/Kg. Assim, facilmente o triclosan consegue infiltrar-se em terrenos agropecuários e em água potável, sendo uma fonte de exposição para os humanos [1,2]. 

Foi detetado triclosan em todos os efluentes do mundo, pertencendo aos 10 principais compostos orgânicos contaminantes de águas residuais [3].

ETAR

Estudos detetaram níveis de triclosan em ambientes aquáticos e terrestres, com bioacumulação em peixes, algas, crustáceos e mamíferos marinhos [1].

​

O triclosan é degradado mais facilmente no solo em condições aeróbicas (tempo de semi vida=18dias) do que em condições anaeróbicas. Em águas superficiais, o seu tempo de semi vida é 11 dias [1].

​

As algas e os crustáceos são organismos vulneráveis ao triclosan e aos seus produtos de degradação, sendo que a concentração de triclosan detetada em águas superficiais excedem a No Observed Effect Concentration (NOEC) das algas [1,4]. Certas espécies de algas parecem ser muito sensíveis ao triclosan tendo um EC50 de 1,4 μg/L e um NOEL de 96h de 0.69 μg/L [1].

​

O triclosan pode atuar como um fator seletivo entre comunidades bentônica, privilegiando o crescimento de cianobactérias sobre algas. Estas cianobactérias têm a capacidade de produzir toxinas que interferem com os zooplânctons e, consequentemente, lesar membros de níveis tróficos superiores [5].

​

O triclosan provocou efeitos teratogénicos, atraso de incubação e mortalidade nos embriões e larvas de peixe zebra. A CL50, de 96 horas, foi de 0,42 mg/L [1].

​

​

​

[1] Yueh, M.-F., & Tukey, R. H. (2016). "Triclosan: A Widespread Environmental Toxicant with Many Biological Effects". Annual Review of Pharmacology and Toxicology, 56(1), 251–272

[2] Weatherly, L. M., & Gosse, J. A. (2017). "Triclosan exposure, transformation, and human health effects". Journal of Toxicology and Environmental Health, Part B, 20(8), 447–469. 

[3] Zaltauskaite, J., & Miskelyte, D. (2018). "Biochemical and life cycle effects of triclosan chronic toxicity to earthworm Eisenia fetida". Environmental Science and Pollution Research, 25(19), 18938–18946

[4] Pusceddu, F., Choueri, R., Pereira, C., Cortez, F., Santos, D., & Moreno, B. et al. (2018). "Environmental risk assessment of triclosan and ibuprofen in marine sediments using individual and sub-individual endpoints". Environmental Pollution, 232, 274-283

[5] Chalew, T., & Halden, R. (2009). "Environmental Exposure of Aquatic and Terrestrial Biota to Triclosan and Triclocarban". JAWRA Journal Of The American Water Resources Association, 45(1), 4-13

Referências

Lamas

bottom of page