RISCOS ASSOCIADOS
Saúde
O Comité Científico para Produtos de Consumidor (SCCP) da Comissão Europeia considera o
NOEL (Nível Sem Efeitos Adversos Observáveis ) = 12 mg / kg / dia [1,2]
Segundo o parecer do SCCS da Comissão Europeia:
Não há relatos de toxicidade aguda por via oral triclosan [1,2];
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Concentrações entre 0,5 a 5% podem provocar irritação cutânea ou nas mucosas; No entanto, em humanos, o triclosan parece ter um risco baixo [1,2];
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Estudos, in vivo e in vitro, que seguiram as guidelines da OECD, não demonstraram genotoxicidade por parte do triclosan [1];
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Apesar do triclosan não ser considerado um composto cancerígeno, de acordo com o sistema de classificação da união Europeia, é considerado um proliferador dos peroxissomas em fígados de ratinhos [1];
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Há evidências da sua influência no sistema endócrino, atuando como disruptor endócrino [1];
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O triclosan não foi considerado teratogénico; no entanto, efeitos tóxicos como diminuição do peso fetal, estão a ser demonstrados em vários estudos [1,2];
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De acordo com a opinião do Comité Científico da Segurança do Consumidor (SCCS) o risco associado consiste em:
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regulação de genes de resistências bacterianos​;
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fenómenos que possam induzir resistência cruzada a antibióticos;
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pode desenvolver biofilmes resistentes;
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ter altas concentrações (superiores às que induzem resistência) em vários compartimentos ambientais.
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Desta maneira, a SCCP declarou que o uso de triclosan não pode ser considerado seguro devido à magnitude da sua exposição [1].
A margem de segurança (Margin Of Safety - MOS) calculada para o triclosan em concentrações 0,3 % em cosméticos e pastas dentríficas a 0,2% foi de 84. Enquanto produtos de limpeza (como gel de duche, sabonetes) e desodorizantes com 0,3% de triclosan apresentam uma MOS de 253,5 [2].
96% dos cosméticos que contém triclosan vão para águas residuais, através das canalizações. Durante o tratamento das águas nas ETAR, o triclosan pode sofrer metilação ou converter-se em derivados de triclosan.
Na ETAR, os tratamentos podem não ser suficientes, sendo o triclosan e os seus derivados expelidos para águas superficiais e para o solo. Nesse momento, o triclosan pode sofrer fotólise direta e converter-se em 2,4-diclorofenol e policlorodibenzeno-p-dioxinas.
Estes compostos do triclosan, sendo mais lipofílicos, tendem a acumularem-se no ambiente podendo ser detetados em águas superficiais, sedimentos e biossólidos e solos em concentrações na ordem dos 800 ng/Kg [3,4].

Águas superficiais
Ingestão e/ou absorção cutânea
Águas residuais
Biossólidos e solo
Sedimento
Lamas
ETAR
Água potável
Agricultura e pecuária

Referências
[1] ​Scientific Committee on Consumer Safety (SCCS) – OPINION ON TRICLOSAN. COLIPA nº P32. ADDENDUM to the SCCP Opinion on Triclosan (SCCP/1192/08) from January 2009. Aprovado a 22/03/2011. Acedido em: http://ec.europa.eu/health/scientific_committees/consumer_safety /docs/sccs_o_054.pdf a 31/03/2020
[2] Lee, J. D., Lee, J. Y., Kwack, S. J., Shin, C. Y., Jang, H.-J., Kim, H. Y., … Kim, K.-B. (2019). Risk Assessment of Triclosan, a Cosmetic Preservative. Toxicological Research, 35(2), 137–154
[3] Scientific Committee on Consumer Safety (SCCS) – Opinion on triclosan. Antimicrobial Resistance. SCCP/1251/09. Aprovado em 22/06/2010. Acedido em: http://ec.europa.eu/health/scientific_committees/consumer_safety/docs/sccs_o_023.pdf a 31/03/2020
[4] [1] Yueh, M.-F., & Tukey, R. H. (2016). Triclosan: A Widespread Environmental Toxicant with Many Biological Effects. Annual Review of Pharmacology and Toxicology, 56(1), 251–272